segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Momento de humor (II)

Eu sei que os elementos das campanhas não podem mostrar sinais de fraqueza e devem manter-se fiéis à "narrativa" do candidato/partido, mas o conselheiro de McCain, Charlie Black, parece ter ido longe demais:

"McCain is in a good position to win every red state," Black said. "Plus he is probably going to win Pennsylvania and Iowa".

McCain vai "provavelmente ganhar a Pensilvânia e o Iowa"? A sério? Obama lidera em todas as sondagens feitas na Pensilvânia desde o final de Abril. Estou a falar de 62 sondagens (RCP), excluindo as tracking polls (se as incluísse seriam mais de 150 sondagens sempre com Obama na frente). O Iowa conta a mesma história: McCain nunca liderou uma sondagem pública no Iowa (mais de 40 estudos de opinião). McCain pode ganhar estes Estados - notem bem - mas se o fizer será sempre uma enorme surpresa, e não fruto de uma situação "provável".

Quanto à ideia de que McCain está "numa boa posição para ganhar todos os red states", fico-me por um sorriso e uma pergunta: quais são as hipóteses matemáticas de McCain ganhar todos os Estados que Bush venceu em 2004? Mais facilmente eu ganho o Euromilhões...

1 comentário:

Nuno Pereira disse...

Caro JGA
Como praticamente me tirou as duvidas sobre uma hipotética influencia do racismo sobre a vitoria de Obama, aqui sublinho a minha previsão final sobre estas eleições!
Perante estes sucessivos dias que Obama mantém-se acima dos 50%, só apetece dizer que Jonh McCain, se sente agarrado ao dilema da derrota como consequência natural da figura de Obama.
Apetece-me conjecturar que, Jonh McCain perdendo como tudo leva a querer, irá no aconchego da almofada, chegar à simples conclusão que nem mesmo uma vida de heroísmo, fazendo menção onde quer que fosse nomeadamente (“no cativeiro vietnamita é que amei o meu país e darei tudo por ele”) que nesta campanha roçou a quase histeria, chegou para bater Obama.
Dando voltas nessa mesma almofada, questionará vezes sem conta, o porquê da derrota!
E irá rever todos os passos desde que entrou na corrida.
Como a sua nomeação foi um dado adquirido desde muito cedo, dada a pouca oposição dos outros republicanos. Aqui imperou a sua experiencia nos longos anos que já leva de senador e o herói como praticamente é visto no seio dos Americanos, abriram-lhe o caminho para se preparar e enfrentar o opositor democrata que por esta altura se perfilava para ser mais uma figura de prestígio vindo de uma família com provas dadas nos destinos dos Estados Unidos.
Mas ao fim de uns meses depara que o adversário com quem tem de esgrimir o grande combate rumo ao sonho de uma vida, para surpresa de meio Mundo, é um até então pouco conhecido, homem, que categoricamente venceu a super favorita Clinton, vergando-a à custosa retirada, num ambiente de mostras de tardia rendição.
Mas o seu moral estava em alta! Venha quem vier, o velho Jonh cá estará para o vencer, pensou ele parafraseando o velho ditado militar “a velhice é um posto”.
Amargurado e já altas horas da noite, sem posição numa cama onde se virou e revirou, vezes sem conta. Chegou à única conclusão que os homens com passado servindo a pátria e dando tudo por ela (mesmo a própria vida), que tudo fez para ser o próximo presidente Americano. Que outro republicano no seu lugar não conseguiria melhor desempenho, porque lutar contra:
• Um democrata que sendo comparado e até mesmo um seguidor de ilustres figuras históricas americanas tais como Luter king, Jonh Kennedy. Era um handicap, impossível de ultrapassar.
• Um democrata de cor! Onde todos começaram a acreditar que seria o primeiro negro da história a ocupar a Casa Branca. - Meu Deus, barafustou Jonh! Como fui ingénuo pensar que este homem de cor pudesse chegar onde chegou! Eu que sou do tempo em que negro era humano de segunda.
• Um democrata que o mundo desde muito cedo apoiou e abertamente rezava para vencer. Até votações simulavam, para mostrar aos republicanos americanos que para eles, Obama era o vencedor natural. -Era lutar contra tudo e contra todos, desabafou Jonh!
• Claro que toda a crise em que a América mergulhou e a baixíssima popularidade do compatriota George. Que sempre pensei ser a minha mais-valia e que me levou no último terço da campanha a distanciar-me dele. -Porquê que George ganhou e todos os analistas escrevem que foi um dos piores presidentes americanos e eu não ganho! Desabafou Jonh, uma vez mais!
• A nomeação da Sarah Palin! Funcionou nos primeiros dias, trouxe o empurrão que era necessário nesta fase da campanha. Mas cedo se percebeu a sua inexperiência para assumir tamanha responsabilidade. Só trouxe dissabores e a descoberta de conflitos que em nada abonaram para a sua campanha. -Apercebi-me que a minha vice, cedo mostrou que eu não tinha hipóteses, porque no fundo se estava já a preparar num futuro não muito distante, ocupar o meu lugar para lutar em ser a primeira mulher presidente. Não me chegava o primeiro negro, agora vislumbrava a primeira mulher. Mais um lamurio de Jonh!
Finalmente o sono chegou com o dia a despontar. Jonh o herói americano, cheio de condecorações por bravura e amor à pátria. Mazelas para toda a vida no corpo e na alma. Perdeu o grande combate que deu tudo de si para o ganhar.
Mas bem lá no fundo daquele corpo já um pouco vergado a uma vida nada fácil. Sente que nada podia fazer para vencer o Democrata, que surgiu da penumbra, enviado por uma força divina e passo a passo autentico profeta da boa aventurança, espalhou a mensagem da boa nova, que não é mais do que a promessa da América recuperar a saude económica para o bem-estar do povo americano e como consequência aguardada como uma salvação, a economia mundial.