sábado, 3 de novembro de 2012

2012 Presidential Election Interactive Map

2012 Presidential Election Interactive Map: Interactive map for the upcoming 2012 presidential election. Use it to predict which candidate will reach the necessary 270 electoral votes.

quinta-feira, 15 de março de 2012

razão e liberdade fnac


convite razão e liberdade fnac

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Novo blogue sobre EUA

Com o nome deste blog, nasceu um outro sobre temas semelhantes, mas com novo grafismo e onde estou muito bem acompanhado pelo Nuno Gouveia. Visitem, pois, o "Era uma vez na América", versão 2010.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uma pausa inevitável

Embora envolvido numa tarefa tão divertida quanto extenuante (a conclusão de uma tese de Doutoramento), acreditei que podia conciliar esse estudo académico com uma actualização razoável de textos neste blogue. Infelizmente, não fui capaz. Com grande pena minha, o "Era uma vez na América" entra (oficialmente) em hibernação. Enquanto for possível, vou escrevendo no "Delito de Opinião", às vezes sobre os Estados Unidos, outras... sobre o que me parecer pertinente. Obrigado aos leitores, aos comentadores e aos que por aqui passaram. Até breve!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O discurso de Obama: duas notas

Num momento extraordinário da vida política americana, Obama começou por mostrar que é afinal tão humano quanto nós – tropeçando no juramento e mostrando grande inquietação e nervosismo. O Discurso Inaugural foi contudo apresentado sem falhas, em torno de duas ideias principais.

Por um lado, a inscrição do momento actual de crise numa história maior – a americana – repleta de desafios e dificuldades. Obama mencionou as dificuldades do exército americano na luta pela independência, dos pioneiros na grande aventura da exploração do Oeste, ou dos imigrantes na sua tentativa para singrarem na América. Todavia, o Presidente não deixou de sublinhar que os Estados Unidos foram sempre capazes de enfrentar esses desafios, demonstrando uma notável capacidade de superação. Há muita gente que ainda não percebeu o que quer dizer Obama com “esperança”. Não se trata de aguardar por soluções messiânicas, mas sim de apelar ao engenho e ao espírito de luta americanos – que nos momentos mais difíceis ergueram uma e outra vez os Estados Unidos.

Em segundo lugar, é notável a forma como Obama, partindo dessa referência a uma narrativa comum, apela ao esforço pessoal de cada indivíduo e à sua intervenção cívica – percebendo que o verdadeiro progresso de uma sociedade depende afinal do contributo de cada um dos seus membros. Estamos, pois, perante um verdadeiro elogio da cidadania – próprio aliás da tradição política americana – que destaca a singularidade de cada indivíduo, destacando simultaneamente o seu papel determinante num tecido social plural. É uma mensagem que o mundo de hoje – e em particular o espaço europeu (onde os indivíduos parecem cada vez mais avessos a assumirem as suas responsabilidades cívicas) – devia considerar atentamente.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Oito anos de Bush: um balanço

Costuma dizer-se que só a história julgará devidamente os feitos de uma Presidência. Mas neste caso é fácil anteciparmo-nos, pois a Administração Bush foi uma das mais incompetentes das últimas décadas. Concedo que houve alguns aspectos positivos: o sucesso na segurança interna pós-11 de Setembro; o reforço das trocas comerciais e das relações políticas com o Sudeste Asiático e diversos países africanos; a relativa estabilização do Iraque nos últimos meses.

É muito pouco quando comparado com os disparates acumulados em oito anos. Uma invasão despropositada de um país soberano, alicerçada num absurdo e perigosíssimo conceito estratégico (“a guerra preventiva”). Como se isto não bastasse, a Administração foi incapaz de traçar um plano pós-intervenção militar, o que provocou um caos político e social que só agora começa a normalizar. Uma intervenção falhada no Afeganistão, país entregue a traficantes de drogas, “senhores da guerra” e minada de focos de instabilidade permanente. Inabilidade para criar laços de cooperação com a esmagadora maioria dos países europeus, para já não falar da América Latina. Erros sistemáticos relativamente ao Irão (que está à beira de se tornar uma potência nuclear, enquanto os EUA assobiam para o lado). E já nem vou falar do conflito israelo-árabe.

Na política interna o quadro não é melhor. A Administração Bush foi incapaz de propor uma revisão credível do sistema de saúde ou da segurança social, tendo em relação a esta última avançado com uma proposta de lei tão absurda que o Congresso a chumbou por larga maioria. Pouco ou nada se fez em relação à independência energética, com a Administração indiferente às energias renováveis. A política ambiental foi catastrófica, envolvendo chantagens a cientistas no tema do aquecimento global e uma indiferença gritante face aos evidentes desafios do nosso tempo. A gestão do "caso Katrina" foi pavorosa.

Guantánamo, os abusos em Abu Ghraib e o uso recorrente da tortura enfraqueceram os alicerces morais da América. A política fiscal esvaziou os bolsos da classe média. O endividamento externo cresceu brutalmente. As agências federais gastaram milhões de dólares em programas inúteis, alargando o peso do Estado sem repercussões a nível social e económico. Embora a grave crise financeira seja fruto de causas muito diversas, a Administração Bush não fica isenta de culpas, promovendo o desregulamento dos mercados e assistindo impávida à crise do sub-prime. E é melhor nem falar do estilo – cheio de tiques autoritários – ou dos escândalos de corrupção (veja-se o “caso Abramoff”), dos reiterados abusos de poder ou dos atentados às liberdades individuais (“Patriot Act”, sistemas de vigilância que violam direitos privados, etc.).

A Esquerda europeia já odiava Bush antes mesmo de ele ter tomado posse – porque é alimentada de um modo geral por um anti-americanismo sistemático, pelo que teria em qualquer caso traçado um quadro cinzento da sua Presidência. Porém, mesmo aqueles que se situam mais à Direita no espectro político, ou que olham com reverência e entusiasmo para os Estados Unidos (e acreditem que eu sou um deles), não podem deixar de estar desiludidos com a Administração liderada por George W. Bush.

[Também publicado no Delito de Opinião].

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novidades do Minesotta

Depois de um extenuante processo de recontagem de votos, o Democrata Al Franken foi declarado vencedor da eleição para o Senado, derrotando o Republicano Norm Coleman por apenas 225 votos (num universo total de 2,9 milhões). Coleman liderava a corrida na primeira contagem oficial, mas a detecção de uma série de erros e a validação pelo tribunal de diversos votos condicionados (na maioria favoráveis a Franken) inverteu o cenário inicial.

Contudo, o resultado é oficial, mas não definitivo. Isto porque Coleman vai interpor uma acção no tribunal estadual, alegando que 600 votos condicionados ("absentee ballots") ficaram por contar, e que vários boletins de voto foram atribuídos por duas vezes a Franken. Se estes lapsos se confirmarem, é possível que tenhamos em breve uma nova recontagem geral - num dos processos eleitorais mais bizarros e ao mesmo tempo fascinantes dos últimos tempos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E porque quem corre por gosto não cansa...

... agora escrevo também no "Delito de Opinião", na companhia de nove magníficos escribas. Prometemos falar um pouco de tudo, desde política (portuguesa e internacional) a literatura, cinema, música e cenas do nosso quotidiano lusitano. Espero que gostem!

Richardson out

Numa surpreendente decisão, Bill Richardson renunciou à nomeação para o cargo de Secretário do Comércio. Como escrevemos anteriormente, Richardson é um nome consagrado nos EUA, pelo seu trabalho como Secretário da Energia na Administração Clinton e como Embaixador na ONU. Tudo indicava que seria um dos nomes fortes na futura Administração Obama, mas a existência de uma investigação criminal sobre negócios financeiros e comerciais no Novo México (Estado do qual é Governador) levantou suspeitas sobre Richardson e este entendeu retirar o seu nome da equação..

Richardson declara-se inocente, alegando que a sua decisão visa somente facilitar a formação rápida de uma Administração, o que estaria em causa com as previsíveis objecções suscitadas nas audiências de confirmação no Senado, provocadas pela referida investigação criminal. Num momento algo delicado para o país e para o Partido Democrata (veja-se o "caso Blagojevich"), julgo que Richardson procurou sobretudo livrar Obama de novos problemas...
Nota: sobre esta matéria, não deixem de ler este excelente post de Joaquim Carlos.

Caos no Illinois

Definitivamente a confusão reina no Estado de Al Capone, com o Governador Blagojevich a desafiar todas as regras da lógica e bom senso, nomeando Roland Burris para o Senado (como substituto de Obama). Não que Burris não tenha um excelente currículo público (foi procurador-geral do Illinois e servira anteriormente na administração fiscal do Estado), mas era francamente desaconselhável a Blagojevich avançar com um nome concreto quando pendem sobre si acusações da maior gravidade (em particular a de que fez depender a sua escolha do pagamento de avultadas quantias).

O líder da maioria Democrata no Senado, Harry Reid, já veio afirmar que o Senado não vai aceitar aquela nomeação, utilizando os dispositivos legais existentes (normas processuais sobre a admissão de senadores nomeados, precedentes legais e constitucionais, etc.). Resta saber quem vai ganhar esta verdadeira batalha político-judicial. Para já, as opiniões dividem-se: constitucionalistas como Akhil Amar e Josh Chafetz defendem os poderes de bloqueio do Senado, mas Brian Kalt apresenta um excelente contra-argumento aqui. E ainda a procissão vai no adro...

Depois de uma breve pausa...

... de volta ao serviço.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Em banho-maria

O blogue entra numa pequena pausa por ocasião das festividades da ordem. Feliz Natal e um excelente Ano Novo a todos os leitores. Até breve!

Citação do dia

"Two months after Barack Obama's election, Republicans are struggling to figure out how — or even whether — to challenge or criticize him as he prepares to assume the presidency.
The president-elect is proving to be an elusive and frustrating target. He has defied attempts to be framed ideologically [...] [and] his cabinet picks have won wide praise."
, Adam Nagourney, New York Times.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Resultados eleitorais: actualização

Já existem dados finais para a Câmara dos Representantes. Em três desfechos sujeitos a recontagem, os Democratas venceram dois lugares (5º Distrito da Virgínia e 15º do Ohio) e os Republicanos um (McClintock triunfou no 4º Distrito da Califórnia). Duas eleições especiais que decorreram na Louisiana (adiadas devido ao furacão Gustav) foram ganhas pelos candidatos Republicanos. Uma delas permitiu a Joseph Cao tornar-se o primeiro americano de ascendência vietnamita a ser eleito para o Congresso. A contabilidade final mostra que os Democratas obtiveram 257 lugares, contra 178 dos Republicanos - um ganho de 21 deputados para os Democratas em relação a 2006.

A situação do Senado permanece mais confusa. Por um lado, continua a decorrer a recontagem no Minnesota, com um comité independente a analisar uma série de boletins de voto "contestados" pelas duas candidaturas principais. As últimas notícias indicam que o Democrata Al Franken beneficia de uma ligeira vantagem (cerca de 250 votos em 2,9 milhões), mas ainda não há quaisquer certezas nesta batalha eleitoral épica.

Por outro lado, existe uma série de vagas para preencher através de nomeação directa. Referimo-nos aos lugares de Obama (Illinois), Joe Biden (Delaware), Hillary Clinton (Nova Iorque) e Ken Salazar (Colorado), uma vez que estas quatro personalidades irão ocupar cargos na Administração federal. Têm sido avançados vários nomes (com destaque para o de Caroline Kennedy representando potencialmente Nova Iorque), mas também aqui não há ainda confirmações oficiais.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Adeus Guatanamo? (2)

Como tínhamos referido antes, a Administração Obama parece firmemente empenhada em encerrar a célebre prisão cubana, tendo o porta-voz do Secretário da Defesa, Robert Gates, anunciado ontem que decorrem já preparativos oficiais nesse sentido.

A concretizar-se esta ideia, Obama enviaria um importante sinal para a opinião pública e para a comunidade internacional, rompendo claramente com as práticas da Administração Bush no domínio dos direitos humanos e das liberdades constitucionais, marcadas por abusos e violações sistemáticas.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Deus e a América

Trata-se de um tema muitíssimo estudado, sobre o qual existem milhares de livros e artigos, com análises sobre o peso social, político e cultural que a religião desempenha nos EUA, e comentários acerca da natureza religiosa ou irreligiosa da Constituição americana.

Neste complexo aglomerado, sobressai contudo um pequeno episódio, que dá conta como poucos do que realmente esteve em causa quando os Pais Fundadores criaram a República americana: a ideia que a ordem constitucional deve remeter-se ao silêncio no domínio da religião, a qual cabe apenas à consciência dos indivíduos.

Conta a lenda que, pouco depois de deixar a Convenção de Filadélfia, Alexander Hamilton (participante na elaboração da Constituição) foi abordado por um pastor protestante em Nova Iorque, que lhe perguntou por que motivo a Constituição não aludia à existência de Deus. A resposta de Hamilton vale por todos os tratados deste mundo: “Indeed, sir, we forgot it”.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bush (quase) agredido

Na última viagem como Presidente ao Iraque, George W. Bush foi presenteado com um interessante par de sapatos, lançado por um jornalista iraquiano. Bush conseguiu desviar-se da ameaça, num belo golpe de rins, mas dificilmente poderá escapar às críticas pelos gravíssimos erros cometidos em território iraquiano desde 2003.

Citação do dia

"[...] Dewey understood that progress demands that the boat be rocked. And his contemporary Franklin Delano Roosevelt understood it as well. «The country needs, and, unless I mistake its temper, the country demands, bold, persistent experimentation. It is common sense to take a method and try it: if it fails, admit it frankly and try another. But above all, try something. The millions who are in want will not stand by silently forever while the things to satisfy their needs are within easy reach.» That is pragmatism we can believe in. Our times demand no less.", Christopher Hayes, The Nation.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sobre os deputados faltosos

Nesta polémica nacional, mais importante do que saber quem são esses deputados era discutir por que é que faltaram. As respostas são complexas mas desembocam na mesma ideia: no regime parlamentar português os deputados são joguetes dos partidos. Impedidos de governar (se na minoria), pressionados para não discordar (se na maioria) e a braços com imposições de voto da sua bancada (mesmo que contra a sua consciência), os deputados poucas hipóteses têm de se preocupar com o interesse público, sendo por isso quase inútil a sua presença na Assembleia.

Num sistema onde vinga a disciplina partidária – esse mecanismo absurdo que nega toda a lógica política e ética – os deputados são meros figurantes, a quem se pede sobretudo obediência, e não exactamente um juízo próprio. Neste aspecto muito podíamos aprender com os Estados Unidos, onde existem naturalmente dinâmicas partidárias, mas onde a ponderação e a opinião individual de um deputado são tidos como valores intocáveis.

Por outro lado, enquanto os modelos eleitorais portugueses insistirem na votação “por listas”, nunca o povo poderá directamente punir os deputados incapazes (faltosos ou presentes), que apenas se devem preocupar em agradar às cúpulas partidárias – e assim garantir uma presença na “lista”, se possível em “lugar elegível”. Para quando círculos uninominais, criando uma verdadeira proximidade entre representantes e representados?

E já agora (chamem-me utópico), por que não reproduzir um dos elementos mais notáveis do sistema político norte-americano – a existência de eleições primárias? Desse modo retirar-se-ia aos partidos o controlo absoluto sobre as nomeações políticas para cargos ao serviço do povo, obrigando os candidatos a dirigirem-se, não já às “famigeradas sedes partidárias”, mas directamente aos eleitores. Sobre este tema, afirmava em 1912 um dos grandes progressistas da história americana, Robert La Follette:

“A nomeação de candidatos para a ocupação de cargos públicos é o fundamento do governo representativo. Se homens mal-intencionados controlarem as nomeações não é possível obtermos um bom governo. [...] Temos de [...] submeter todas as nomeações ao voto directo em eleições primárias. Estando as nomeações dos candidatos sob o controlo do povo [...] o titular de um cargo público não se atreverá a procurar a renomeação caso tenha [...] traído a confiança do público”.

Sim, isto foi proferido em 1912. Temos um longo caminho a percorrer? Então é melhor começarmos já a tratar do assunto.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Obama e Blagojevich

Este vídeo pode ser útil para evitarmos uma leitura apressada do mais recente escândalo nos Estados Unidos, envolvendo o actual Governador do Illinois, Rod Blagojevich. Estando incumbindo de nomear um senador para ocupar a vaga deixada por Obama, Blagojevich ter-se-á envolvido em práticas gravíssimas de corrupção, oferecendo literalmente o cargo a quem lhe pagasse mais dinheiro.

Como se não bastasse este desplante - e mesmo sabendo que estava já a ser investigado por abuso de poder - Blagojevich terá exigido altas remunerações para a sua esposa, financiamento e apoios variados para a sua carreira política, entre outras benesses, ameaçando os "candidatos" que caso ninguém lhe pagasse o que pretendia, nomear-se-ia a si próprio.

Esta situação bizarra (reveladora de uma idiotice difícil de qualificar) foi aproveitada pelos sectores políticos mais à Direita para atacarem Barack Obama, referindo a sua relação com Blagojevich. Todavia, se é verdade que Obama foi conselheiro político de Blagojevich em 2002, desde então afastou-se quase completamente do actual Governador, que por sua vez lhe teceu violentas críticas públicas.

O vídeo acima sublinha justamente este dado, mostrando que este episódio não enfraquecerá Obama - bem pelo contrário, uma vez que um dos seus "adversários políticos" caiu em desgraça na opinião pública. Como refere o comentador da CNN, Obama tem mais razões para se sentir aliviado do que preocupado.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Um governo à deriva

Não deixem de ler este texto de Jonathan Stein sobre o estado actual da política federal, a partir de um relatório do U.S. Government Accountability Office. Segundo Stein, a Administração Obama vai herdar uma situação governativa calamitosa. Com efeito, aquele relatório descreve um cenário de bancarrota geral, de descoordenação entre departamentos, de falta de organização governativa, de inexistência de planos de emergência na defesa, saúde ou ambiente, de desperdício de fundos e de incompetência administrativa. Para não variar, a Administração Bush fica muito mal na fotografia...

domingo, 7 de dezembro de 2008

2012

Parece longe, mas já se fazem conjecturas sobre as eleições presidenciais, em especial acerca dos potenciais candidatos Republicanos. No mercado electrónico Intrade - autêntica "bolsa de apostas" - os nomes de Mitt Romney e do Governador da Louisiana, Bobby Jindal, encabeçam a lista. Também bem colocados parecem estar Sarah Palin, Tim Pawlenty (Governador do Minnesota) e Mike Huckabee (candidato nas primárias deste ano). A Zogby, por sua vez, conduziu uma sondagem pela Internet e os resultados são interessantes, mostrando Palin no topo das preferências (24%), seguida de Romney (18), Jindal (16) e Huckabee (10).

Parece-me cedo para falar de nomes concretos, mas é possível tecer considerações sobre o perfil provável do candidato. Eu destacaria três vias, sendo que uma se tornará predominante na sequência do tipo de governação do Presidente Obama e do clima político da altura:

1) Os Republicanos viram-se para a ala mais populista e conservadora do partido, apostando na mobilização da base (um pouco como em 2000). Palin, o jovem promissor Jindal ou Huckabee seriam as hipóteses naturais.

2) A economia é o tema dominante da eleição. Os Republicanos preferem uma figura mais moderada, mas com credibilidade na área. Romney é o nome crucial. O antigo presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich, também seria um bom candidato.

3) O debate centra-se na segurança e na política externa. Obama teria falhado como "comandante-chefe" e os Republicanos apostam num discurso agressivo. Giuliani ou uma figura prestigiada do exército (o general Petraeus?) tornam-se os favoritos...

sábado, 6 de dezembro de 2008

A equipa de Obama (4)

Tal como a escolha de Hillary Clinton revelou, as recentes nomeações de Obama procuram sobretudo transmitir uma mensagem de responsabilidade e ponderação, trazendo para as chefias dos vários departamentos federais figuras públicas de renome e/ou com grande experiência nas suas áreas. Vejam-se quatro exemplos importantes:

Bill Richardson (na foto) fica com a pasta do Comércio. Antigo embaixador americano na ONU, ocupara já o cargo de Secretário da Energia na Administração Clinton. Conhece os meandros de Washington, tem experiência legislativa (Congressista durante 14 anos) e executiva (Governador do Novo México desde 2003), e serve a causa pública há 25 anos.

O general de quatro estrelas James Jones foi escolhido para Conselheiro de Segurança Nacional. Com um notável currículo militar (líder dos Fuzileiros americanos, Comandante Supremo da NATO), Jones cooperou com a Administração Bush em programas de estratégia e segurança no Médio Oriente, e é uma das vozes mais independentes e reconhecidas nesta área a nível mundial.

Robert Gates (foto) transita da anterior Administração como Secretário da Defesa, comprometendo-se a fazer a ponte entre a actual estratégia no Iraque e no Afeganistão e a nova orientação política que Obama pretende conferir a esses conflitos.
Janet Napolitano foi nomeada para a pasta da Segurança Interna. Considerada uma das Governadoras mais competentes dos EUA, Napolitano tem uma vasta experiência no campo da advocacia e é uma figura muito popular no seio do Partido Democrata, pela sua capacidade de liderança e conhecimento de vastos dossiers políticos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O regresso dos Bush?

Ainda George não deixou Washington e já o seu irmão mais novo, Jeb, pondera mudar-se para a capital, como senador da Florida. Mel Martinez, o actual incumbente, comunicou ontem o seu desejo de abandonar o Senado em 2010, abrindo assim caminho para uma disputada sucessão. E se é garantido que os Democratas vão apostar forte no "sunshine state", não é menos verdade que os Republicanos possuem uma série de políticos de primeira linha na Florida. O actual Governador, Charlie Crist, poderá ser um candidato fortíssimo, mas de momento é Jeb Bush, que deteve o poder executivo na Florida entre 1999 e 2007, a ocupar os cabeçalhos na imprensa depois de anunciar que pondera ser candidato à mais alta câmara federal.

Citação do dia

"The most notable characteristic of the Bush administration’s science policy has been the repeated distortion and suppression of scientific evidence in order to fit ideological preferences about how the world should be, rather than how it is.", Olivia Judson, no New York Times.