terça-feira, 25 de novembro de 2008

Chambliss vs. Martin

Daqui a uma semana (dia 2/12) decorre a segunda volta da eleição da Geórgia para o Senado federal. Na primeira volta, o incumbente Republicano Saxby Chambliss recolheu 49,8% dos votos, ligeiramente abaixo dos necessários 50% para obter o cargo. O Democrata Jim Martin ficou um pouco atrás, com 46,8%, adquirindo o direito de participar nesta segunda volta.

Chambliss é um Republicano sulista tradicional, alinhando com a orientação social conservadora do seu partido e defendendo o alívio fiscal como forma de estimular o progresso económico. Na sequência do 11 de Setembro defendeu o reforço da segurança interna e das medidas anti-terrorismo, tendo declarando uma guerra aberta contra o islamismo em geral (Chambliss afirmou mesmo que todos os muçulmanos que entrassem na Geórgia deveriam ser presos). Obteve o seu lugar em 2002 e é membro do Comité do Senado para a Agricultura e Assuntos Florestais desde 2005.

Jim Martin, de 63 anos, foi durante duas décadas membro da Câmara dos Representantes da Geórgia, tendo posteriormente desempenhado o cargo de Comissário de Recursos Humanos, na Administração estadual. Martin é um Democrata moderado, conhecido em particular pelas suas propostas reformistas nas áreas da saúde e dos benefícios sociais. Como seria de esperar, reúne a preferência das minorias, do voto feminino e do eleitorado urbano, uma coligação forte que lhe confere esperanças para o dia 2.

Em todo o caso, as sondagens indicam que Chambliss é o favorito, embora por uma ligeira vantagem (4,2% na média do Pollster). Numa eleição deste tipo a afluência às urnas é tipicamente baixa, pelo que o resultado final depende muito da capacidade de mobilização do eleitorado tradicional. Os Republicanos costumam ser especialmente eficazes neste campo, mas Martin procurará beneficiar da excelente organização de base construída por Obama nos últimos meses. O candidato Democrata seria igualmente beneficiado caso o Presidente-eleito fizesse campanha activa na Geórgia, mas Obama não pretende alienar capital político comprometendo-se abertamente numa corrida desfavorável ao seu partido.

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