sábado, 3 de novembro de 2012
2012 Presidential Election Interactive Map
quinta-feira, 15 de março de 2012
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Novo blogue sobre EUA
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Uma pausa inevitável
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
O discurso de Obama: duas notas
Por um lado, a inscrição do momento actual de crise numa história maior – a americana – repleta de desafios e dificuldades. Obama mencionou as dificuldades do exército americano na luta pela independência, dos pioneiros na grande aventura da exploração do Oeste, ou dos imigrantes na sua tentativa para singrarem na América. Todavia, o Presidente não deixou de sublinhar que os Estados Unidos foram sempre capazes de enfrentar esses desafios, demonstrando uma notável capacidade de superação. Há muita gente que ainda não percebeu o que quer dizer Obama com “esperança”. Não se trata de aguardar por soluções messiânicas, mas sim de apelar ao engenho e ao espírito de luta americanos – que nos momentos mais difíceis ergueram uma e outra vez os Estados Unidos.
Em segundo lugar, é notável a forma como Obama, partindo dessa referência a uma narrativa comum, apela ao esforço pessoal de cada indivíduo e à sua intervenção cívica – percebendo que o verdadeiro progresso de uma sociedade depende afinal do contributo de cada um dos seus membros. Estamos, pois, perante um verdadeiro elogio da cidadania – próprio aliás da tradição política americana – que destaca a singularidade de cada indivíduo, destacando simultaneamente o seu papel determinante num tecido social plural. É uma mensagem que o mundo de hoje – e em particular o espaço europeu (onde os indivíduos parecem cada vez mais avessos a assumirem as suas responsabilidades cívicas) – devia considerar atentamente.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Oito anos de Bush: um balanço
É muito pouco quando comparado com os disparates acumulados em oito anos. Uma invasão despropositada de um país soberano, alicerçada num absurdo e perigosíssimo conceito estratégico (“a guerra preventiva”). Como se isto não bastasse, a Administração foi incapaz de traçar um plano pós-intervenção militar, o que provocou um caos político e social que só agora começa a normalizar. Uma intervenção falhada no Afeganistão, país entregue a traficantes de drogas, “senhores da guerra” e minada de focos de instabilidade permanente. Inabilidade para criar laços de cooperação com a esmagadora maioria dos países europeus, para já não falar da América Latina. Erros sistemáticos relativamente ao Irão (que está à beira de se tornar uma potência nuclear, enquanto os EUA assobiam para o lado). E já nem vou falar do conflito israelo-árabe.
Na política interna o quadro não é melhor. A Administração Bush foi incapaz de propor uma revisão credível do sistema de saúde ou da segurança social, tendo em relação a esta última avançado com uma proposta de lei tão absurda que o Congresso a chumbou por larga maioria. Pouco ou nada se fez em relação à independência energética, com a Administração indiferente às energias renováveis. A política ambiental foi catastrófica, envolvendo chantagens a cientistas no tema do aquecimento global e uma indiferença gritante face aos evidentes desafios do nosso tempo. A gestão do "caso Katrina" foi pavorosa.
Guantánamo, os abusos em Abu Ghraib e o uso recorrente da tortura enfraqueceram os alicerces morais da América. A política fiscal esvaziou os bolsos da classe média. O endividamento externo cresceu brutalmente. As agências federais gastaram milhões de dólares em programas inúteis, alargando o peso do Estado sem repercussões a nível social e económico. Embora a grave crise financeira seja fruto de causas muito diversas, a Administração Bush não fica isenta de culpas, promovendo o desregulamento dos mercados e assistindo impávida à crise do sub-prime. E é melhor nem falar do estilo – cheio de tiques autoritários – ou dos escândalos de corrupção (veja-se o “caso Abramoff”), dos reiterados abusos de poder ou dos atentados às liberdades individuais (“Patriot Act”, sistemas de vigilância que violam direitos privados, etc.).
A Esquerda europeia já odiava Bush antes mesmo de ele ter tomado posse – porque é alimentada de um modo geral por um anti-americanismo sistemático, pelo que teria em qualquer caso traçado um quadro cinzento da sua Presidência. Porém, mesmo aqueles que se situam mais à Direita no espectro político, ou que olham com reverência e entusiasmo para os Estados Unidos (e acreditem que eu sou um deles), não podem deixar de estar desiludidos com a Administração liderada por George W. Bush.
[Também publicado no Delito de Opinião].
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Novidades do Minesotta
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
E porque quem corre por gosto não cansa...
Richardson out
Caos no Illinois
O líder da maioria Democrata no Senado, Harry Reid, já veio afirmar que o Senado não vai aceitar aquela nomeação, utilizando os dispositivos legais existentes (normas processuais sobre a admissão de senadores nomeados, precedentes legais e constitucionais, etc.). Resta saber quem vai ganhar esta verdadeira batalha político-judicial. Para já, as opiniões dividem-se: constitucionalistas como Akhil Amar e Josh Chafetz defendem os poderes de bloqueio do Senado, mas Brian Kalt apresenta um excelente contra-argumento aqui. E ainda a procissão vai no adro...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Em banho-maria
Citação do dia
The president-elect is proving to be an elusive and frustrating target. He has defied attempts to be framed ideologically [...] [and] his cabinet picks have won wide praise.", Adam Nagourney, New York Times.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Resultados eleitorais: actualização
A situação do Senado permanece mais confusa. Por um lado, continua a decorrer a recontagem no Minnesota, com um comité independente a analisar uma série de boletins de voto "contestados" pelas duas candidaturas principais. As últimas notícias indicam que o Democrata Al Franken beneficia de uma ligeira vantagem (cerca de 250 votos em 2,9 milhões), mas ainda não há quaisquer certezas nesta batalha eleitoral épica.
Por outro lado, existe uma série de vagas para preencher através de nomeação directa. Referimo-nos aos lugares de Obama (Illinois), Joe Biden (Delaware), Hillary Clinton (Nova Iorque) e Ken Salazar (Colorado), uma vez que estas quatro personalidades irão ocupar cargos na Administração federal. Têm sido avançados vários nomes (com destaque para o de Caroline Kennedy representando potencialmente Nova Iorque), mas também aqui não há ainda confirmações oficiais.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Adeus Guatanamo? (2)
A concretizar-se esta ideia, Obama enviaria um importante sinal para a opinião pública e para a comunidade internacional, rompendo claramente com as práticas da Administração Bush no domínio dos direitos humanos e das liberdades constitucionais, marcadas por abusos e violações sistemáticas.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Deus e a América
Neste complexo aglomerado, sobressai contudo um pequeno episódio, que dá conta como poucos do que realmente esteve em causa quando os Pais Fundadores criaram a República americana: a ideia que a ordem constitucional deve remeter-se ao silêncio no domínio da religião, a qual cabe apenas à consciência dos indivíduos.
Conta a lenda que, pouco depois de deixar a Convenção de Filadélfia, Alexander Hamilton (participante na elaboração da Constituição) foi abordado por um pastor protestante em Nova Iorque, que lhe perguntou por que motivo a Constituição não aludia à existência de Deus. A resposta de Hamilton vale por todos os tratados deste mundo: “Indeed, sir, we forgot it”.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Bush (quase) agredido
Na última viagem como Presidente ao Iraque, George W. Bush foi presenteado com um interessante par de sapatos, lançado por um jornalista iraquiano. Bush conseguiu desviar-se da ameaça, num belo golpe de rins, mas dificilmente poderá escapar às críticas pelos gravíssimos erros cometidos em território iraquiano desde 2003.
Citação do dia
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Sobre os deputados faltosos
Num sistema onde vinga a disciplina partidária – esse mecanismo absurdo que nega toda a lógica política e ética – os deputados são meros figurantes, a quem se pede sobretudo obediência, e não exactamente um juízo próprio. Neste aspecto muito podíamos aprender com os Estados Unidos, onde existem naturalmente dinâmicas partidárias, mas onde a ponderação e a opinião individual de um deputado são tidos como valores intocáveis.
Por outro lado, enquanto os modelos eleitorais portugueses insistirem na votação “por listas”, nunca o povo poderá directamente punir os deputados incapazes (faltosos ou presentes), que apenas se devem preocupar em agradar às cúpulas partidárias – e assim garantir uma presença na “lista”, se possível em “lugar elegível”. Para quando círculos uninominais, criando uma verdadeira proximidade entre representantes e representados?
E já agora (chamem-me utópico), por que não reproduzir um dos elementos mais notáveis do sistema político norte-americano – a existência de eleições primárias? Desse modo retirar-se-ia aos partidos o controlo absoluto sobre as nomeações políticas para cargos ao serviço do povo, obrigando os candidatos a dirigirem-se, não já às “famigeradas sedes partidárias”, mas directamente aos eleitores. Sobre este tema, afirmava em 1912 um dos grandes progressistas da história americana, Robert La Follette:
“A nomeação de candidatos para a ocupação de cargos públicos é o fundamento do governo representativo. Se homens mal-intencionados controlarem as nomeações não é possível obtermos um bom governo. [...] Temos de [...] submeter todas as nomeações ao voto directo em eleições primárias. Estando as nomeações dos candidatos sob o controlo do povo [...] o titular de um cargo público não se atreverá a procurar a renomeação caso tenha [...] traído a confiança do público”.
Sim, isto foi proferido em 1912. Temos um longo caminho a percorrer? Então é melhor começarmos já a tratar do assunto.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Obama e Blagojevich
Este vídeo pode ser útil para evitarmos uma leitura apressada do mais recente escândalo nos Estados Unidos, envolvendo o actual Governador do Illinois, Rod Blagojevich. Estando incumbindo de nomear um senador para ocupar a vaga deixada por Obama, Blagojevich ter-se-á envolvido em práticas gravíssimas de corrupção, oferecendo literalmente o cargo a quem lhe pagasse mais dinheiro.
Como se não bastasse este desplante - e mesmo sabendo que estava já a ser investigado por abuso de poder - Blagojevich terá exigido altas remunerações para a sua esposa, financiamento e apoios variados para a sua carreira política, entre outras benesses, ameaçando os "candidatos" que caso ninguém lhe pagasse o que pretendia, nomear-se-ia a si próprio.
Esta situação bizarra (reveladora de uma idiotice difícil de qualificar) foi aproveitada pelos sectores políticos mais à Direita para atacarem Barack Obama, referindo a sua relação com Blagojevich. Todavia, se é verdade que Obama foi conselheiro político de Blagojevich em 2002, desde então afastou-se quase completamente do actual Governador, que por sua vez lhe teceu violentas críticas públicas.
O vídeo acima sublinha justamente este dado, mostrando que este episódio não enfraquecerá Obama - bem pelo contrário, uma vez que um dos seus "adversários políticos" caiu em desgraça na opinião pública. Como refere o comentador da CNN, Obama tem mais razões para se sentir aliviado do que preocupado.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Um governo à deriva
domingo, 7 de dezembro de 2008
2012
Parece-me cedo para falar de nomes concretos, mas é possível tecer considerações sobre o perfil provável do candidato. Eu destacaria três vias, sendo que uma se tornará predominante na sequência do tipo de governação do Presidente Obama e do clima político da altura:
1) Os Republicanos viram-se para a ala mais populista e conservadora do partido, apostando na mobilização da base (um pouco como em 2000). Palin, o jovem promissor Jindal ou Huckabee seriam as hipóteses naturais.
2) A economia é o tema dominante da eleição. Os Republicanos preferem uma figura mais moderada, mas com credibilidade na área. Romney é o nome crucial. O antigo presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich, também seria um bom candidato.
3) O debate centra-se na segurança e na política externa. Obama teria falhado como "comandante-chefe" e os Republicanos apostam num discurso agressivo. Giuliani ou uma figura prestigiada do exército (o general Petraeus?) tornam-se os favoritos...